segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Morre José Cláudio Machado

Hoje, 12 de dezembro de 2011, cessou a voz campesina de José Cláudio Machado, um dos maiores intérpretes da autêntica música campeira gauchesca. Zé Cláudio, como era conhecido, foi vencedor da segunda edição da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, em 1972, cantando "Pedro Guará", e depois não parou mais de ser premiado e reconhecido nos mais importantes festivais nativistas do sul do Brasil. Dentre os autores que mereceram sua interpretação, Mauro Moraes talvez tenha sido o mais destacado. Eu particularmente aponto o "velho" Zé Cláudio como o maior, entre todos os intérpretes de linha campeira, como foi Cenair Maicá na linha missioneira, como são César Oliveira e Rogério Mello na linha fronteiriça. Pedro Guará, Campesino, Pêlos, Poncho Molhado, Fulanos e Sicranos, Milonga Abaixo de Mau Tempo e tantas outras... Que ao menos o exemplo de autenticidade e respeito pela autóctone estampa do Zé Cláudio, possa servir de sinuelo para todos nós, que pretendemos pertencer ao legado desta estirpe, quase extinta do meio tradicionalista.


REFAZENDO OS PLANOS
(Mauro Moraes)


Quando a sina lá de fora, 
Campo afora, perde seu rumo,
A dor inventa um luzeiro
E acende seu próprio mundo,
Um potro manso preguiça
E uma mala lanhando a garupa,
O silêncio tirando um costado
E o vento que nele se amunta...

Sou de casa meu compadre e,
Além do mais, sou cantador,
As cercas que eu ando amurando
São as causas do meu desamor.

Um dia desses dou de rédeas
E de sonhos me emborracho,
Vou ser por mim, só por mim, ventania,
Talvez por sorte algum riacho...
Vou juntar na mangueira cada sonho guaxo
Que ainda não marquei,
Vou luzir na aurora um clarão de espora
Que eu nunca apaguei
Vou voltar pro rancho, pendurar o poncho
E refazer a lida,
Vou cortar os ramos, vou quinchar os anos
Que eu tenho de vida.






sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Ever Olan"

Estou caminhando a passos largos para, se Deus permitir, celebrar 40 anos de vida. Digo celebrar, pois nunca fui de comemorar aniversário, pelo menos, não o meu. Mais do que em outros tempos, ando questionando temas sobre mim mesmo. Minhas dúvidas sobre tudo, a teimosia que é minha sombra, um tanto de rabujo, que deve ser inerente aos anos vividos, e um sentimento quase incontrolável de que preciso mover-me, não no sentido de caminhar (odeio exercícios), mas de sair, viajar, ir e vir. E assim, numa espécie de gênesis, que etimologicamente quer dizer "no princípio" ou "para começar", vim desfazendo a fieira que me trouxe até aqui. Ao que parece, é genético. Minha querida vozinha, D. Olga, do topo de seus quase 96 aninhos, conta que, arrastada pelo seu Victor, meu saudoso avô, deve ter mudado de cidade mais de trinta vezes

Bem, meu pai diz lembrar-se de pelo menos umas vinte. Indo um pouco mais além, encontro o nome de Yuseff Kazimierz Raschkowsky, pai do seu Victor. Logo, Yuseff vira seu José, e Raschkowsky é adapatado primeiro para Roszkovicz e depois Roszkowski. Judeu puro, chegado ao Brasil na primeira década do século XX, a bordo do navio "Paranaguá", vindo da antiga Bessarábia, hoje um lugar entre a Bulgária, Romênia e Moldávia, aqui casa-se com uma cristã de origem polonesa, chamada Janina

Não sabe-se ao certo onde o Sr. Yuseff nasceu. É certo, que antes de chegar à Bessarábia, esta figura errante viveu na cidade de Alepo, ao norte da Síria, onde escrevia cartas comercias e letras de câmbio, e de lá, andejou comerciando de tudo entre a Grécia, sul da Itália, norte da África e outros centros comerciais nos entornos portuários do Mediterrâneo. Aqui chegando, foi estabelecer-se na recém criada Colônia Philippson, no distrito de Itaara, nos arredores da cidade gaúcha de Santa Maria

Claro, que muito rapidamente ele saiu de lá, e foi mascatear por Erechim, Joaçaba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Curitiba, onde nasceu o seu Victor. Este, logo vê-se obrigado a seguir a "carreira" do pai, pois como filho mais velho, assume cedo as obrigações de homem da casa (o Sr. Yuseff morre quando meu avô tinha 14 anos), e muito jovem começou a ganhar vida, na região do Irani, que à época era importante entroncamento comercial de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Margeando o Rio do Peixe e o Rio Uruguai, muito ele andejou de Joaçaba até Videira, subindo até Caçador, e de lá indo até Erechim e Porto Alegre, seguindo, intuitivamente os passos do pai. 

Foi em Erechim que conheceu a D. Olga, imigrante italiana, de família oriunda da Sicília, e como sabemos, foram mais de trinta mudanças, entre os anos trinta, até sossegar o ímpeto cruzador, quando em 1970, parando no meio de uma mudança rumo a Minas Gerais, chega em Guarapuava, e ainda aqui, vai e vem sem parar, comprando e vendendo em todas as regiões do Paraná. 

Depois de meados dos anos 80, sentindo o peso da idade, torna-se vendedor de doces na cidade, mas claro, sem ter estabelecimento fixo, e sim dirigindo uma velha Kombi da Malusa. 

Eu estaria junto dele, em 1997, quando após uma noite de agonia, talvez impulsionado pelo seu código genético, decidiu que, pela última vez, perto dos 90 anos, voltaria a viajar. Foi num Shabat que ele partiu

Viajou. Sinto a falta dele

Mas sinto também, que tanto ele quanto seu Yuseff, fizeram com que eu carregasse em mim este mesmo código genético: Viajar, permutar, comunicar, transmitir... "Ever Olan", em hebraico significa  "Nômade do mundo", "Homem de passagem" ou "Permutador de tudo". 

Ainda não completei 40 anos, mas já contabilizei residência em oito cidades diferentes

Raschkowsky, Roszkovicz ou Roszkowski

Pouco importa. Sou neto do seu Vito, que era filho do seu José. É assim que me sinto, é assim que eu sou.
Típico vendedor mascate do início do séc. XX

sábado, 29 de outubro de 2011

E o que vamos fazer?

Observando os acontecimentos recentes por todo o mundo, onde pessoas saem às ruas, tomam praças, expressam inconformação ante aos fatos que vão desde a situação de crise econômica criada por especuladores financeiros até o repúdio aos governantes corruptos, me pergunto o que nos falta para recuperar-mos nossa capacidade de indignação. Em Brasília, nos últimos anos foram flagrados agentes políticos recebendo propina, sempre com desdém e de modo muito criativo, seja pegando dinheiro e embolsando, ou escondendo a verba na cueca e meias. Meia centena de políticos constam como réus no processo do mensalão. Somente este ano, seis Mininstros de Estado caíram, sendo que cinco em razão de graves denúncias sobre corrupção. Discorri rapidamente sobre fatos internacionais e nacionais, mas sempre acreditei que a cidadania, o civismo e o patriotismo começam no quintal da minha casa, na rua onde eu moro, no meu bairro, na cidade onde eu vivo. Isto deve, necessariamente, ser muito mais importante, por tratar-se do meu mundo. Diante dos acontecimentos da última semana, onde o Ministério Público deflagrou uma ampla operação de varredura na Câmara Municipal de Guarapuava, que culminou com o recaimento sobre seis vereadores de suspeitas de terem cometidos seríssimas irregularidades de crimes contra o erário, inclusive o crime de peculato, o que levou a prisão de dois deles, entre os quais o do Presidente da Câmara, resta-nos, no mínimo, bradar um grito de independência. Temos que dizer que não suportamos mais conviver com tamanha pusilaminidade. Precisamos contrariar o dito que o povo tem memória curta. Em que pese a tese jurídica de que ninguém pode ser dado como culpado antes de um julgamento justo, e da prevalência do princípio da presunção da inocência, há que ser feito algo. Com a palavra, o povo de bem da nossa querida e tão mal tratada Guarapuava.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Laicidade minoritária ante a maioria teocrática

Antes de abordar o mérito deste meu texto, quero afirmar de forma clara e respeitosa, que muito embora intimamente profece minha fé monoteísta, eu não sou um doutrinador missionário, não prego nenhuma vertente religiosa, tampouco faço apologia ao ateísmo ou quaisquer outros "ísmos". Apenas gostaria de fefletir sobre fatos.
O Brasil, segundo o artigo 19, inciso I da Constituição Federal de 1988, é um Estado Laico. Laico, segundo verbetes dos dicionários de língua portuguesa, é o mesmo que "leigo" ou "que prescinde da instrução ou orientação religiosa", e o termo Laicismo, significa "Estado ou caráter de laico". Para os tratados de Direito Internacional, o entendimento majoritário sobre Estado Laico, define uma nação cujo suas instituições não oficializam nenhuma vertente de fé, e admite qualquer tipo de manifestação religiosa, até mesmo a hipótese de que não haja religão, diferentemente do Estado Teocrático, onde existe uma simbiosidade oficial entre Estado e Religião. Sendo assim,  um Estado Laico, não pode oferecer obste para que seus cidadãos profecem sua fé, mesmo que nele não exista fé alguma, e portanto, respeitar-se-ia, inclusive, o ateísmo. Repare, que falamos dos cidadãos deste Estado, e não do próprio Estado, pois este, é simplesmente Laico, o que quer dizer na prática, é que suas instituições não podem, ou não devem, tornar oficiais quaisquer indicativos que apontem ou neguem determinada religião ou credo. Mas o que se nota, de fato, é que a grande maioria das instituições estabelecem claras preferências por determindas crenças, notadamente o cristianismo, e mais incisivamente, o catolicismo. Assim, fácil é perceber em edifícios públicos e suas repartições, variados símbolos cristãos-católicos, como imagens de santos e crucifixos. Sem falar dos feriados religiosos, que ao parar o funcionamento da máquina pública, por sí só os tornam oficiais. O fato de o Brasil possuir em sua população uma maioria cristã-católica, não torna o país oficialmente como tal, pelo menos, segundo sua Constituição. A Constituição propugna, em tese, garantir o direito de igualdade ante o Estado, sem que ninguém sinta-se ofendido por ele. Mas e o que dizer sobre os sentimentos da minoria, aqui menosprezada? Do Mulçumano que jura sobre a Bíblia e não sobre o Alcorão, ou do Judeu que vê-se à luz da Cruz, e nunca da Menorá? Diante de tantos símbolos religiosos estampados nos locais públicos e das datas sagradas ou festivas da Igreja Católica, oficializadas perante o Estado, pergunta-se: Por que não instituir o feriado do Ramadã, indispensável aos Islâmicos, ou ainda fazer parar todos os órgãos públicos no Yom Kippur, data máxima para os Judeus? Isto para ficar apenas no âmbito das grandes religiões monoteístas, sem intimar símbolos nem datas sacras das outras crenças e religiões presentes em nosso país, que diz-se de grande plurarismo teórico, mas  bastante singular na prática, ao menos sobre o assunto que aqui apresentei.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Urbiafetivo

Urbiafetivo, que é uma palavra que eu nem sei se existe, porém me pareceu estar meio que na moda. Queria dizer "que gosta da cidade", ou algo assim, se é que você me entende. Muito se disse sobre a roda ser a maior invenção da humanidade, ou a eletrecidade e a penicilina. Outros dirão que foi o celular. Conheço quem considere o playstation como a razão de viver. Mas veja bem, foi a cidade a grande invenção do homem. Diferente do que parece, ela não esteve sempre aqui. Apenas após a segunda metade do século 19, quando deixamos de viver em função das estações do ano, a fim de colhermos boas safras, é que descobriu-se que viver junto poderia ser a sacada. Assim, as chances se abrangeram. Acumular conhecimento, novas informações e até mesmo cruzar com o grande amor passou a ser infinitamente mais provável na cidade. Isto sem falar, das praças, das lanchonetes, das bibliotecas, de ter tudo isto junto no shopping ou até mesmo bisbiliotar a vida alheia. Claro que sempre haverá um rabujento pra vir me falar do sossego no campo, ou do alastramento pouco racional dos centros urbanos. Não discuto gostos, nem abordo o mérito deles. Posso inclusive concordar que é na cidade que nascem a maioria dos problemas, desde que concordem que é lá também que eles se resolvem. Para aqueles que como eu amam as cidades, não existirão melhores nem piores, apenas as favoritas. Cada um destes centros de ferro e concreto são afinal, grandes espaços para se conhecer e explorar, de forma curiosa e aventureira. Em cada barulho, em todas as cores e cheiros, em cada pessoa. Tudo é vivo. A cidade é viva. Experimente você também viver a cidade, e não apenas viver na cidade, e certamente se sentirá parte dela. Mais que isto, você será parte dela.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ouça o Presidente do Movimento O Sul é O Meu País

O Presidente do Movimento O Sul é O Meu País, que luta pela autodeterminação do sul do Brasil, jornalista Celso Decher (foto), concedeu recente entrevista a Rádio CBN de Curitiba, explicando algumas questões pontuais do Movimento, como pesquisas de opinão, ações pacíficas, intenção de promover consulta pública entre outras ações realizadas ou propostas pela entidade. A entrevista foi ao ar no último dia 16/09 próximo passado.
Ouça, é rapidinho!


http://www.cbncuritiba.com.br/site/texto/noticia/Entrevista/3370

domingo, 18 de setembro de 2011

Dia do Gaúcho. Não, eu não sou gaúcho!

Paixão Côrtes durante Festejos de Semana Farroupilha

No dia 20 de setembro, todos os anos, celebra-se o Dia do Gaúcho. É o ápice da Semana Farroupilha, que como o nome lembra, remete aos feitos heróicos de uma parcela grande de riograndenses que lutaram de 1835 até 1845 contra o o poder do Brasil Imperial, e merecem ter seus ideais vivos e exaltados na história. E olha, que muitos dos que participam destas festas, nem sonham como ela começou. Falta ler a obra "Origem da Semana Farroupilha e Primórdios do Movimento Tradicionalista", do grande Paixão Côrtes. Em razão de ter participado muito ativamente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, repetidas vezes me perguntam se eu sou gaúcho. Repetidas vezes respondo que não, eu não sou gaúcho. Em que pese a hipótese de se levar tal equívoco como um eventual elogio, e todo o respeito e reconhecimento que ofereça aos riograndeses, mesmo que digam que eu "sou mais gaúcho que muitos gaúchos (!)", sempre preferi afirmar e reafirmar que sou guarapuavano. Destes que falam com clareza cada letra a ser pronunciada. Paranaense do leite com E no final. Claro, leitE quentE, com muito orgulho. Desconfio de quem nasceu e mora por aqui e fala leti quenti. Você também deveria desconfiar de qualquer um que rejeita suas origens. Mesmo o conceito de que gaúcho "é um estado de espírito" nunca me caiu bem, e sempre me pareceu uma roupagem de gente indecisa e de pouca personalidade. Aos que se batizam de "gaúcho por opção" então, apenas poderia compreender os que foram criados ou residem no Rio Grande do Sul, por terem sido acolhidos e formados naquele belo estado. Fora disto, minha ignorância impossibilita-me a compreensão. Dediquei longos anos da minha vida a estudar, pesquisar, aprender, valorizar, exaltar, preservar e divulgar as antigas danças, músicas e roupas gauchescas, bem como sua culinária e peculiaridades da formação sócio-cultural do extremo sul do Brasil. Mas isto não me torna um gaúcho. Ou melhor, isto não dá o direito de deixar de ser um guarapuavano. Nem eu desejo isto. Não esqueço de onde vim. Nem renego minha Procedência. Saudações ao Dia do Gaúcho! E ofereço uma reflexão, no sentido de que gaúchos sejam cada vez mais gaúchos, porque eu, consciente e orgulhosamente, serei cada vez mais guarapuavano.

Estátua do Cacique Guairacá - Guarapuava PR

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Não se preocupe

Não se preocupe. Pelo menos, não se preocupe tanto. Já vivemos naturalmente na era do estresse, onde existe pressão em tudo, e tudo é para ontem. Então, é de se concluir que já temos problemas pessoais e dificuldades suficientes para andarmos preocupados. Isto sem falar sobre as pessoas que mesmo sem querer ou saber, se preocupam por demais com os problemas dos outros, ou pior, se preocupam com coisas que não lhes dizem respeito algum. Por mais que seja difícil, releve e não guarde rancor. Evite a mágoa. Expulse qualquer resíduo de ódio do seu coração. Elimine a mínima carga de raiva da sua alma. Veja ao seu redor como o mundo gira. Perceba o quanto as pessoas andam com pressa e angustiadas. Numa conversa qualquer, observe como cada um se comporta e você verá o tamanho da necessidade que as pessoas têm de falar. Sorria para elas. Poucos sabem o quanto um sorriso sincero é poderoso! Faça um exercício simples de audição. Resista a tentação de falar. Fale o mínimo necessário. Aprenda a ouvir, e você sentirá o quanto é prazeroso para o seu interlocutor falar, falar e falar, até que esteja aliviado e esvaziado de tudo! Aí sim diga algo leve, concorde com alguns aspectos da conversa, ouça um pouco mais, concorde novamente e se despeça de forma cordial. Depois, se não for importante para você (MUITO IMPORTANTE), esqueça. Não fique mentalizando ou dizendo para você mesmo coisas do tipo "nossa, como a fulana fala!", ou "hoje o fulano tá insuportável!", "que chatice o papo deste aí!", "a beltrana não pára de repetir esta mesma história!", "não aguento mais esta fofoca!", e por aí vai. Não vale a pena. Sinta-se feliz por ter ajudado alguém a "descarregar" o estresse, e claro, não absorva nada de ruim. Como disse, não se preocupe. Limpe a mente. Sun Tzu, um grande general e estrategista chinês, já escreveu há mais de 2.500 anos, em seu valioso tratado "A Arte da Guerra" que afinal de contas "o verdadeiro objetivo da guerra é a paz." Então, pare de se preocupar tanto. Apenas esqueça, não se preocupe e siga em paz.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Maltrato de Animais


Se formos pensar a respeito das crueldades que cometemos contra indefesos animais, no mínimo teríamos que nos penalizar. Depois, analisando, via de regra, nossa total e completa inércia, diante dos fatos, nos envergonharíamos por tamanha omissão. E olha que não estou falando das matanças de focas no ártico, nem das desenfreadas e incontroláveis pescas predatórias de baleias, tampouco dos verdadeiros massacres a que são submetidos botos na região amazônica. Me refiro apenas aos maus tratos contra animais domésticos, que, mais do aqueles que vivem na natureza, dependem por completo dos nossos cuidados. Neste sentido, nunca é demais lembrar que maltratar animais é crime, descrito no artigo 32 da Lei 9.605/98, que trata dos Crimes Ambientais, Maus Tratos Contra Animais Domésticos, Nativos ou Exóticos. Para quem for condenado em razão desta prática, prevê-se pena de detenção de três meses até um ano mais multa. O problema, é que segundo especialistas, a penalidade, além de ser muito branda, quase sempre é convertida no que chamamos de "transação penal", que na prática substitui a pena de detenção por outra restritiva de direito, ou mesmo uma pequena multa e até mesmo simples fornecimento de cestas básicas. Para quem for sensível em favor dos animais que são vítimas de maus tratos, o procedimento é dirigir-se até a Delegacia mais próxima ao do local do fato, registrar um Boletim de Ocorrência, identificando o responsável, e fornecendo seu endereço completo. O ideal, é também que se encaminhe o caso para uma assossiação protetora dos animais ou ONG de ações similares. Como afirmei no início do texto, a omissão é a regra, porém muita gente boa tem envidado esforços na direção de se coibir os abusos contra seres indefesos, que em nada diferem, no que refere-se aos direitos, aos idosos, os menores, os incapazes, os portadores de necessidades especias ou qualquer outro ser humano. Reflita, e faça você também a sua parte.

O leitor viictor_alex, gentilmente sugere um video bastante oportuno sobre o tema no link abaixo:
http://temporadafora.com/vlog/nao-abandone-os-animais

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O Sul é o meu País

Já imaginaram a hipótese de os três estados da região sul do Brasil unirem-se em uma confederação de fato? Ou ainda, pelas vias legais e pacíficas alcançarem a autodeterminação e depois a independência política e administrativa, tornando-se uma nova nação? Os dirigentes do Movimento o Sul é o Meu País, não só imaginam tal hipótese, como trabalham sério na sua concretização.

Para título de informação, o Movimento apresenta alguns números, no mínimo interessantes. Vamos a alguns deles:

Caso Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, viessem a alcançar tal êxito, a nova Nação nasceria com uma população de cerca de trinta milhões de habitantes, entrando na hora,  na lista dos 30 países mais populosos do mundo. Bem mais populoso que Chile e Uruguai, e se aproximando da Argentina, que tem pouco mais que quarenta milhões de habitantes. Esta população seria distribuída em uma área de 576.409,6 km quadrados, com uma densidade demográfica de aproximadamente 48 habitantes por km quadrado, com índices de alfabetização que beiram 95% (os mais altos do Brasil), renda per capita de quase R$ 20.000,00 e seu produto interno bruto (PIB) seria algo em torno de R$ 502.055.000.000,00 (quinhentos e dois bilhões e cinqüenta e cinco milhões de reais), comparável ao da Finlândia e Dinamarca, próximo ao da Argentina e maior que Chile, Portugal, Hong Kong, Irlanda e Emirados Árabes Unidos.

Estaria hoje, entre os 25 países mais ricos do mundo, com índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,831, considerado elevado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Tirando o petróleo, o País seria autossuficiente na produção de energia, com grande destaque para o xisto e o carvão. Como aqui os ventos sopram fortes, o cenário é favorável para o desenvolvimento da exploração desta variável energética, bem como conta com importantes bacias hidrográficas, indispensáveis para instalação de usinas hidroelétricas, como a já existente de Itaipu (maior do planeta).

 Daria ainda pra falar dos parques industriais, do agronegócio, da exploração do turismo, da boa infra-estrutura logística de estradas, portos e aeroportos, e o mais importante, que seria o fato deste País cuidar ele mesmo das suas prioridades e o devido zelo com as gigantescas somas de impostos que são aqui recolhidos e remetidos para a União, e que nem de longe retornam na justa proporção para seus entes.

Olhando assim, de forma simplista e menos profunda, este País não me parece ruim... Para saber mais, acesse:


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

OS MANDAMENTOS DO ADVOGADO

(Eduardo Couture)


1- ESTUDA
O Direito está em constante transformação. Se não o acompanhas, serás cada dia menos advogado.

2 - PENSA
O Direito se aprende estudando; porém, se pratica pensando.

3 - TRABALHA
A advocacia é uma fatigante e árdua atividade posta a serviço da Justiça.

4 - LUTA
Teu dever é lutar pelo Direito; porém, quando encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça.

5 - SÊ LEAL
Leal para com teu cliente, a quem não deves abandonar a não ser que percebas que é indigno de teu patrocínio. Leal para com o adversário, ainda quando ele seja desleal contigo. Leal para com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que tu lhe dizes; e que, mesmo quanto ao Direito, às vezes tem que confiar no que tu lhe invocas.

6 - TOLERA
Tolera a verdade alheia, como gostarias que a tua fosse tolerada.

7 - TEM PACIÊNCIA
O tempo vinga-se das coisas que se fazem sem sua colaboração.

8 - TEM FÉ
Tem fé no Direito como melhor instrumento para a convivência humana; na Justiça, como destino normal do Direito; na paz, como substituto benevolente da Justiça, e, sobretudo, tem fé na liberdade, sem a qual não há Direito, nem Justiça, nem paz.

9 - ESQUECE
A advocacia é uma luta de paixões. Se a cada batalha fores carregando tua alma de rancor, chegará o dia em que a vida será impossível para ti. Terminado o combate, esquece logo tanto a vitória quanto a derrota.

10 - AMA TUA PROFISSÃO
Procura considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que teu filho te peça conselho sobre seu futuro, consideres uma honra para ti aconselhá-lo que se torne advogado.


Em 1827 surgem os primeiros Cursos Jurídicos no Brasil. Desde então, o dia 11 de Agosto, data da promulgação da lei que criou os referidos cursos, é considerado o Dia do Advogado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os Birivas

Em pé da esquerda p/ direita: Lucas Portela, Evaldo Holmann, Rodrigo R. Rehbein e André A. Bueno
Luciano Gago Roszkowski ao solo, Pablo Bortolanza em salto.
"Da Província de São Pedro
até a Feira Sorocabana
cruzei a região serrana
mudando as paisagens
e a Nossa Santa, lá das Lagens
que ao biriva abençoava
parecia que falava
ao pé do meu ouvido
quando eu entrava faceirito
nos lindos campos de Guarapuava.

Temos duzentos anos de história
e toda a nossa glória
se resumiu na função:
Esta e as abaixo, são lâminas de Debret, séc. XIX
de juntar gado, mula e peão
e ir lidar de judiaria
pra sustentar a economia
de toda uma região.

Vimos passarem-se as guerras
e andamos por muita terras
no lombo do animal
que, mesmo irracional
sempre soube compreender
o que tivemos que ser...
Fomos guerreiros
em forma de mensageiros
da paz e da desgraça
para fazer vingar a raça
destes homens tropeiros.

E a porrete e a facão
abrimos selvas fechadas
e concluimos as picadas
para encontrar os povoados
hoje, centros tranformados
em cidades de importância
mas que tenham relevância
de lembrar: Não fôssemos nós
ainda estariam sós
no fundo de alguma estância.

Dancei o chico do porrete
nas pousadas dos sertões
também a dança dos facões
pelo fogo de chão iluminado
e mesmo cansado
sovado do passo da mula
afigurava na chula
ou no fandango sapateado."
(Luciano Gago Roszkowski - Os Birivas)


Bem disse o poeta: "O romantismo rendeu versos ao Gaudério, e a história decantou os Bandeirantes. Mas foram eles, Os Birivas, que fizeram a integração destes povoados tão distantes!"
(Nilo Bairros de Brum - Tropeiros)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sul Livre?

Nos últimos meses, venho acompanhando pela internet algumas das ações promovidas pelo Movimento O Sul é o Meu País. O Grupo foi fundado em 1992 (sem nenhuma relação com outro movimento separatista gaúcho), e desde lá vem tentando, pacíficamente, conscientizar a população da necessidade da autodeterminação do povo do sul do Brasil. De lá para cá, as ações mudaram significativamente, passando da idéia sepratista pura, até a independência dos três estados sulistas e a criação de uma nova nação, até chegar na luta pela tal autodeteminação, que segundo seus integrantes, não só está presvista na Constituição Brasileira, como também ampara-se em resolução da Organização das Nações Unidadas. O que o grupo prega de fato, é uma redistribuição tributária mais justa, e maior autonomia política para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No entanto, o jornalista Celso Deutcher, atual presidente do Movimento, concorda que se esgotados os recursos das pesquisas, consultas populares, plebescito e etc., as ações podem tomar corpo junto à medidas semelhantes aos dos demais grupos autodeterminativos e separatistas existentes em várias regiões do mundo, como na Espanha, França, Palestina, Havaí e outras localidades americanas. Após fazer uma pesquisa mais profunda sobre o Movimento, trarei outros enfoques sobre esta matéria, bastante interessante e oportuna, haja visto o atual cenário de caos administrativo e o elevado nível de corrupção que alcança todos os setores da política nacional.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Fecart 2011

Neste final de semana passado, dias 22, 23 e 24 de julho, estivemos, eu, Tereza Cristina,  com mais as honrosas presenças dos companheiros Toni Pereira de Dom Pedrito e Marcelo Aimi de Vacaria, participando como avaliadores do Concurso de Danças, de mais uma edição do Festival Catarinense da Arte e Tradição, na cidade de Lages. O FECART, na sua XVIII edição contou novamente com a presença de significativos grupos de danças tradicionais do estado Barriga Verde, que desfilaram o colorido das vestimentas típicas, as sonoridades de antanho, a destreza dos sapateios e a graça dos sarandeios, na mais elevada expressão artística e cultural dos originais motivos musi-coreográficos das antigas sociedades campesinas do sul do Brasil. Sentimo-nos honradíssimos com mais esta deferência que recebemos do MTG-SC, que nos delegou dificílima tarefa de apontar a relação dos premiados nas diversas categorias. Missão árdua e espinhosa esta de assumir a responsabilidade do "julgar" cada um dos belíssimos conjuntos, sem exeção, que por lá passaram. Recompensa-nos, o fato de tal evento oportunizar-nos momentos de grande emoção e fascínio por testemunhar tão espetacular celebração. Nosso agradecimento ao Departamento Artístico do MTG-SC, e nossos sinceros e reiterados cumprimentos e felicitações para cada um dos artistas da tradição, que renovam nossa crença de que é possível preservar nossas mais fiéis e originais manifestações da autóctone gente da Pátria Grande deste Sul ainda maior.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

El Loco Monteiro

No último dia 10 de julho, domingo, estivemos prestigiando uma belíssima apresentação no auditório do SESC de Guarapuava. Tratou-se de parte do Projeto Sotaques do Fole, que visa formar platéia nas diferentes regiões brasileiras. No caso, quem esteve por aqui foi Gilberto Monteiro. Para quem não o conhece, trata-se de um dos mais importantes artistas das manifestações da cultura sul-riograndense. Apenas para que se possa dimensionar a obra do músico, é preciso dizer que alguns dos maiores sucessos do grande Renato Borgueti, o Borguetinho, são composições de Gilberto Monteiro, inclusive o maior sucesso de todos, a famosa "Milonga para as Missões". Parabéns ao SESC por oportunizar momentos de verdadeiro deleite de sonoridades nostálgicas, e ao mesmo tempo atuais, ao revelarem-se comuns em uma platéia bastante diverssificada. Saudações ao El Loco Monteiro, pela grande sensibilidade artística e respeito pelas mais originais tonalidades da cultura do nosso povo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

É INVERNO

(Imagem no Parque das Crianças - Guarapuava/PR)

É hoje. Começa o inverno. Ao contrário do pensamento comum, não resume-se apenas à fenômenos climáticos. Estes não são a causa, mas sim os efeitos. Tem sim profundas ligações com a astronomia. O alinhamento de certas constelações aliado ao posicionamento do nosso planeta e sua distância em relação ao Sol, é a causa de tudo. Então, aqui no topo da Serra da Esperança, sopram (e como sopram) ventos gelados e contínuos, destes de cortar a alma do vivente, que dão o tom exato da estação. E quando a umidade relativa do ar aumenta, microscópicas gotículas dão densidade
ainda mais presente em pequenas garoas, capazes de se transformarem em pequeninas nevadas que logo se dissipam, justamente levadas pelo vento.

Parque do Lago - Guarapuava. Inverno de 2013

Confesso que já fui mais amigo do inverno, ou ele já foi mais compreensivo comigo. Mas reconheço que o inverno, ao meu ver, é a mais peculiar das estações. Na nossa cidade, ainda mais. Guarapuava e inverno formam uma dupla e tanto! Sempre digo, que aqui o calor faz pouco sentido. Afinal de contas, estamos no cume de uma serra, rodeados de montanhas, e as praias mais próximas estão a alguns bons trezentos quilômetros de nós. E os cenários? Estes sim! Via de regra, os cenários são emoldurados por matizes em griz escurecido de nuvens, que dão a impressão de estarem sempre carregadas e prontas para desabarem em aguaçais sobre nossas cabeças. É o que legitimamente chamamos de "tempo feio". No geral, os cenários atestam e confirmam minha tese. As geadas, no más das vezes, são aquelas "das pretas", no dito campesino que para dramatizar ainda mais a sensação do clima, transfigura no breu a alvura do sereno congelado pelo frio. Casas, novas ou velhas, com o fumegar das lareiras ou mesmo das raras chaminés, denunciam que o fogo ardente de seus interiores acalenta famílias inteiras ao sabor de pinhões sapecados, acompanhados de bebida quente, ou ainda, do sempre bem vindo chimarrão, em rodas de amigos ou mesmo na introspecção dos mateadores solitários. É o frio que chega, bem vindo ou não, e para o bem ou para o mal, por via das dúvidas, poncho de baêta e canha com mel. Afinal, é inverno.
    Manhãs paranaenses...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Bebeu Água da Serra...



Quem vive em Guarapuava certamente já ouviu o dito "quem bebe água da serra sempre volta". A Serra em questão, é uma elevação escarpada, conhecida como serra geral, e que por aqui foi batizada de Serra da Esperança. Moldura de paisagens sem igual, recanto de uma variada gama da biodiversividade em seu explendor livre e natural, serve de sustentáculo para o terceiro planalto paranaense, e nos seus campos elevados está a Terra de Guairacá. Guarapuava, que do topo da Serra da Esperança contempla a mansidão da última fronteira do chamado "Paraná Tradicional", tem o bom estigma de magnetizar seus filhos, ao ponto de dar vida ao velho ditado acima destacado. Uma vez, ainda quando das lidas no Movimento Tradicionalista, escrevia muito sobre nossa Guarapuava, e andejávamos, juntamente com os companheiros do glorioso e genuíno Grupo Procedência - Danças Tradicionais e Folclóricas, pelos mais distantes rincões do Brasil Grande decantando orgulhosamente as belezas do nosso torrão natal. Um verso, em particular, dizia: "Lobo bravo em Guarany/Rei da Serra da Esperança/Foi também pra Guarapuava/Tomar par para esta dança." Fato é que, como em outros tempos, após passar uma boa temporada fora, em razão de compromissos profissionais, acabo de regressar para Guarapuava. Não lembro de ter bebido água ali da serra, mas o fato é que voltei. O fato é que sempre volto.

Vista do Morro do Chapéu na Serra da Esperança - Guarapuava/PR

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Flamengo faz Vasco vice de novo!



Domingo, dia do trabalhador. O palco era o Estádio Olímpico João Avelanche, o Engenhão. O jogo era válido pela Taça Rio, segundo turno do campeonato carioca. Como o Flamengo já havia ganhado a Taça Guanabara, se vencesse o adversário, seria campeão por antecipação. Como o adversário em questão era o time do Vasco da Gama, não havia qualquer dúvida, afinal, em se tratando de Vasco e Flamengo em decisão, o resultado não costuma variar. E não variou. Mengão campeão, pela trigésima segunda vez, e o Vasquinho VICE DE NOVO.
Saudações ao meu amiguinho Leonardo Ribas Rehbein, o glorioso alegria, que cá entre nós, se dependesse exclusivamente do seu time de coração, muito tempo atrás já poderia ter trocado de pseudômino...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Política 2012 *

Convenção do Partido Progressista de Guarapuava/2008
Em passos lentos, muitos personagens do cenário político de nossa cidade já iniciaram suas articulações visando o pleito do próximo ano. Não é difícil perceber os movimentos dos pré-candidatos. A eleição para vereador é a que costuma ter maior movimentação, até pelo número de concorrentes que deverão pleitear uma das 21 vagas. E olha, que na teoria, dos 12 atuais edis, entre nove, senão todos, tem chances de reeleição maior que os demais. O simples fato de estarem no mandato, aliado a estrutura de gabinete e o fato de já terem a experiência de uma campanha vitoriosa, são indicadores que facilitam até mesmo a captação de recursos financeiros, generosos é claro, indispensáveis ao êxito da empreitada. Para a majoritária, os Silvestri's dão sinais de que se sentem confortáveis, posam de eleitos. Como em política, vaca voa, é um tanto cedo para tal postura, e a arrogância é característica principal no quesito "espantar eleitor". O PT promete uma chapa competitiva, programática em pontos positivos do desempenho da legenda no plano nacional. Os Mattos "Leões" estão sempre por aí, possuem fortuna pessoal e muita capilaridade em todas as esferas de poder, o que sempre é favorável para pretensos candidatos. Sem falar do grupo do prefeito Fernando Carli, que conta agora também com um membro assentado numa cadeira de Deputado Estadual. E qualquer um que conheça a engrenagem política sabe que menosprezar a força da máquina administrativa do município, é no mínimo, falta de prudência, e nunca é demais lembrar que o capital eleitoral do prefeito, sempre que colocado à prova, correspondeu à uma variação média em torno de um terço do eleitorado, o que pode ser peso decisivo na balança eleitoral do ano que vem.
Quem viver, verá.

* Na imagem, Luciano Gago Roszkowski, ladeado pelo Prefeito Fernando Carli, o Vice-Prefeito Jorge Massaro e correligionários na convenção municipal do PP de Guarapuava em 2008.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Naqueles tempos, sim

Você é saudosista? Sempre acha que antes era melhor, e que naquela época sim é que a vida valia a pena? Pois é... se você é assim, saiba que não existe nada de errado com isso, e que você, na verdade, faz parte de uma grande maioria de pessoas que encontram no passado, o fundamento para vida presente. Todos nós estamos ouvindo, lendo ou percebendo que as coisas mudam, o tempo muda. E nestes tempos em que a informação caminha com velocidade cibernética, tudo parece mudar ainda mais repentinamente. Então, nada mais normal do que, do nada, termos a impressão (ou a certeza) de que o tempo voou, e aquela festa que entrou para história na casa do fulano já tem "uns 10 anos", ou as férias que foram incríveis, já tem muitos verões, e que a inesquecível turma do terceirão já se casou, teve filhos, separou, casou de novo, foi embora para outro estado, está morando no exterior, ou que você simplesmente nunca mais soube deles. Se foram. O tempo se foi. Meu amigo André Bueno, declamador dos raros, é que tinha razão. Interpretando versos do grande Apparício Silva Rillo, ele afirmava: Naqueles tempos, sim...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

REFORMA POLÍTICA

Ontem o Senador Francisco Dorneles (PP-MG), presidente da Comissão Especial do Senado para a Reforma Política concluiu o relatório que define parecer da comissão a ser entregue para apreciação do plenário da Casa. Dentre as propostas mais relevantes, pontuo duas mais controversas: - Voto para o legislativo (Deputados e Vereadores) em lista fechada e com financiamento público. - Fim da reeleição para cargo executivo com mandato ampliado para cinco anos. Analisemos: O voto em lista fechada, na prática nada mais é do que a garantia dos que já ocupam cargos serão os primeiros a aparecerem na tal lista, e os próximos, por óbvio, serão os apadrinhados destes. Ou seja, será a chancela para os velhos caciques regionais continuarem dando as cartas, privando o leitor do direito de escolha. Como é que se convencerá o cidadão de bem a entrar numa furada como esta? Se por mais destacada e evidente vocação para vida pública que ele possa ter, ainda assim ele será um dos últimos da lista, e sua participação será apenas a equivalente ao do número zero, à esquerda é claro. Outro ponto, é que evidentemente não é a reeleição a maior culpada pelas desgraças impostas ao povo pela classe política, e sim o próprio político, que lembremos, foi eleito de forma legítima pelo mesmo povo, e a reeleição é de toda sorte, um instituto consagrado nas principais nações do mundo, independentemente do regime que se adote. Tudo isto, sem falar nas outras propostas, esdrúxulas e oportunistas, que intimaremos oportunamente, que constarão da pauta da reforma, confirmando, que o que os políticos querem realmente, é afastar as pessoas de boa intenção do processo, principalmente os mais jovens, e com isto dar musculatura a sí mesmos, em detrimento dos bons. Talvez, a verdadeira reforma tenha que partir dos eleitores, e não dos eleitos. Já pensou se aqui o povo recuperasse a capacidade de indignar-se, e resolvesse execrar estes seres podres de onde eles estão? Temos é que nos envergonhar de nós mesmos, que votamos e votamos mal, e mesmo sabendo desta nossa incapacidade de eleger quem nos represente, nada fazemos. Líbios, egípcios, sírios e por aí vai, já mostraram esta idignação. Com a palavra, cada um de nós.