quinta-feira, 24 de março de 2011

Ficha suja só em 2012

Com o voto do Ministro Luiz Fux, o STF confirmou entendimento de que a chamada Lei da Ficha Limpa passará a ter validade mesmo a partir das próximas eleições municipais em 2012. Com isto, vão haver alterações na Câmara e no Senado, pois alguns candidatos que foram eleitos no ano passado aguardavam o julgamento para definir a situação final de cada um.
Na verdade, o STF fez valer a letra de norma constitucional, que prevê alterações nas regras eleitorais com no mínimo um ano de antecedência do próximo pleito.
Na prática, o Supremo confirmou a constitucionalidade da lei, e regula sua aplicação no formato em que fora aprovada no congresso, consagrando uma aspiração da nossa sociedade.
Agora, é aguardar para que a Lei, realmente seja aplicada, de modo abrangente e rigoroso nas eleições em que serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o país no próximo ano, e que os fichas sujas não encontrem nenhuma janela, muito menos portas abertas para suas aspirações nem um pouco confiáveis.
Que a moralidade e a ética tão esperadas pela população encontrem nesta lei, um primeiro passo para banir esta parcela pusilâmine da classe política.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Salada partidária

A distribuição político-partidária no Brasil, é, na falta de uma definição melhor, controversa.
Mesmo que se considerem as necessidades de composições e alianças que visem a preservação da governabilidade, e em que pesem as diferenças regionais, fica um pouco difícil para o eleitor compreender a grande salada do cenário. No contexto nacional, PT e PSDB promovem embates quase sangrentos nas campanhas eleitorais, mantendo neste plano, o nacional, uma base de apoio, mesmo que contarditória do ponto de vista ideológico, mais ou menos constante. Nos estados porém, o que se vê é completamente o inverso. Vejamos o quadro aqui no Paraná, onde o PMDB, a exemplo do que ocorreu na disputa presidencial esteve contra o PSDB.
O ex-senador Osmar Dias, foi candidato ao governo pelo PDT, e recebeu por aqui, dentre outros, o apoio do PT e PMDB. Até aí, nada de muito estranho. Ao final do pleito, vencido por Beto Richa do PSDB no primeiro turno (o que em tese afastava a necessidade de alianças), as acomodações imediatamente se distanciaram do formato original, e uma das primeiras medidas do governador foi nomear o deputado Luis Cláudio Romanelli como Secretário do Trabalho. Detalhe: Romanelli é do PMDB, e um dos mais fervorosos defensores do governo Requião. A anomalia, é claro, estendeu-se até a Assembléia Legislativa, onde deputados do PMDB e de outros partidos "opositores" rapidamente se serviram da situação para também abocanhar seus carguinhos na mesa diretora e assim garantir também sua fatia do bolo. Lá em Brasília, o Senador Roberto Requião não perde uma oportunidade sequer de alfinetar Richa em seus pronunciamentos sempre ferinos. Se lá, o motineiro-mor do PMDB do Paraná desce a lenha no governador, e aqui o séquito peemedebista é o melhor amigo do governo, fica a pergunta: Será??? Será de verdade os ataques de Requião, ou será de mentira o apoio do PMDB???
Ou tudo não será apenas a velha prática do fisiologismo, da falta de bom senso e da falta de vergonha das velhas raposas da política?
Será?