quarta-feira, 13 de abril de 2011

REFORMA POLÍTICA

Ontem o Senador Francisco Dorneles (PP-MG), presidente da Comissão Especial do Senado para a Reforma Política concluiu o relatório que define parecer da comissão a ser entregue para apreciação do plenário da Casa. Dentre as propostas mais relevantes, pontuo duas mais controversas: - Voto para o legislativo (Deputados e Vereadores) em lista fechada e com financiamento público. - Fim da reeleição para cargo executivo com mandato ampliado para cinco anos. Analisemos: O voto em lista fechada, na prática nada mais é do que a garantia dos que já ocupam cargos serão os primeiros a aparecerem na tal lista, e os próximos, por óbvio, serão os apadrinhados destes. Ou seja, será a chancela para os velhos caciques regionais continuarem dando as cartas, privando o leitor do direito de escolha. Como é que se convencerá o cidadão de bem a entrar numa furada como esta? Se por mais destacada e evidente vocação para vida pública que ele possa ter, ainda assim ele será um dos últimos da lista, e sua participação será apenas a equivalente ao do número zero, à esquerda é claro. Outro ponto, é que evidentemente não é a reeleição a maior culpada pelas desgraças impostas ao povo pela classe política, e sim o próprio político, que lembremos, foi eleito de forma legítima pelo mesmo povo, e a reeleição é de toda sorte, um instituto consagrado nas principais nações do mundo, independentemente do regime que se adote. Tudo isto, sem falar nas outras propostas, esdrúxulas e oportunistas, que intimaremos oportunamente, que constarão da pauta da reforma, confirmando, que o que os políticos querem realmente, é afastar as pessoas de boa intenção do processo, principalmente os mais jovens, e com isto dar musculatura a sí mesmos, em detrimento dos bons. Talvez, a verdadeira reforma tenha que partir dos eleitores, e não dos eleitos. Já pensou se aqui o povo recuperasse a capacidade de indignar-se, e resolvesse execrar estes seres podres de onde eles estão? Temos é que nos envergonhar de nós mesmos, que votamos e votamos mal, e mesmo sabendo desta nossa incapacidade de eleger quem nos represente, nada fazemos. Líbios, egípcios, sírios e por aí vai, já mostraram esta idignação. Com a palavra, cada um de nós.

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