sábado, 29 de outubro de 2011

E o que vamos fazer?

Observando os acontecimentos recentes por todo o mundo, onde pessoas saem às ruas, tomam praças, expressam inconformação ante aos fatos que vão desde a situação de crise econômica criada por especuladores financeiros até o repúdio aos governantes corruptos, me pergunto o que nos falta para recuperar-mos nossa capacidade de indignação. Em Brasília, nos últimos anos foram flagrados agentes políticos recebendo propina, sempre com desdém e de modo muito criativo, seja pegando dinheiro e embolsando, ou escondendo a verba na cueca e meias. Meia centena de políticos constam como réus no processo do mensalão. Somente este ano, seis Mininstros de Estado caíram, sendo que cinco em razão de graves denúncias sobre corrupção. Discorri rapidamente sobre fatos internacionais e nacionais, mas sempre acreditei que a cidadania, o civismo e o patriotismo começam no quintal da minha casa, na rua onde eu moro, no meu bairro, na cidade onde eu vivo. Isto deve, necessariamente, ser muito mais importante, por tratar-se do meu mundo. Diante dos acontecimentos da última semana, onde o Ministério Público deflagrou uma ampla operação de varredura na Câmara Municipal de Guarapuava, que culminou com o recaimento sobre seis vereadores de suspeitas de terem cometidos seríssimas irregularidades de crimes contra o erário, inclusive o crime de peculato, o que levou a prisão de dois deles, entre os quais o do Presidente da Câmara, resta-nos, no mínimo, bradar um grito de independência. Temos que dizer que não suportamos mais conviver com tamanha pusilaminidade. Precisamos contrariar o dito que o povo tem memória curta. Em que pese a tese jurídica de que ninguém pode ser dado como culpado antes de um julgamento justo, e da prevalência do princípio da presunção da inocência, há que ser feito algo. Com a palavra, o povo de bem da nossa querida e tão mal tratada Guarapuava.

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