Quem é oposição?

Fazendo uma análise da campanha presidencial de 2010, onde a oposição não conseguiu traduzir sua mensagem para o eleitor, tampouco soube desempenhar o papel que lhe cabia (mostrar os erros e a pusilâmine corrupção no Governo Lula), confereindo o tamanho das bancadas no Congresso e observando as disputas entre alguns dos sobreviventes dos dois maiores partidos de oposição no Brasil, PSDB e DEM, dá para esperar, no míninmo, um oposição de cosistência ainda menor para a Presidente Dilma. O ex-governador Zé Serra e o senador Sergio Guerra não se entenderam ainda sobre a questão de quem será presidente do PSDB. José Serra lança-se candidato ao cargo, e Guerra, atual presidente, diz que dele não sai. Sem dizer que sempre tem-se a sensação de que o senador Aécio Neves, visando consolidar sua liderança na oposição e assim catapultar seu nome para concorrer a presidência em 2014, parece agir nos bastidores contribuindo para ploriferação das rusgas tucanas. No DEM, é clara a divisão entre grupos, de um lado liderados pelo ex-prefeito do Rio, César Maia, e de outro arrebanhados pelo cacique catarinense Jorge Bornhausen. Para piorar o quadro no DEM, o deputado paranaense Eduardo Sciarra vai confrontar o baino ACM neto em uma eleição interna que deve acontecer até amanhã, afirmando que só é candidato "para defender a renovação de lideranças no partido", afirmou Sciarra.
Já a base aliada, encontra barreiras em razão de que dos 18 partidos que sustentam o governo na Câmara, pelo menos 8 o fazem de forma condicional, ou seja, na boa e velha prática fisiologista da troca de favores, no português claro, pela concessão de cargos e espaço no poder, o famigerado toma-lá-da-cá. E por incrível que possa parecer, é neste núcleo que o Governo deverá encontrar maior dificuldade de diálogo, até mesmo certa oposição, na medida em que os cargos se escasseam e PT e PMDB não oferecem muito espaço de poder.
E isto é só começo. Portanto, podemos muito naturalmente nos perguntar: quem de fato fará oposição no Congresso Nacional?